quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Brincando de Poeta...

quinta-feira, 16 de outubro de 2008 6

Arrependimento

Arrependo-me...
Das coisas que um dia deixei de fazer
Coisas que não mais voltam,
Que o tempo leva sem se quer pestanejar.
Arrependo-me...
Do beijo que não dei ...
a palavra que não falei...
o olhar que eu não troquei...
Os sentimentos que não deixei fluir,
Nem se quer existir.
Tudo isso não voltará
O tempo chance alguma me dará
Arrependo-me dos momentos que deixei de viver ...
do destino que eu poderia mudar
dos sonhos que deixei passar
quem me dera no tempo voltar...
Agora e tarde ...
Tarde pra beijar...
pra falar ...
pro olhar trocar...
"ai ai" quem me dera se no tempo eu pudesse voltar...
Tarde, sempre será tarde...
Ah que arrependimento amargo!

(Rafael Aususto)

Terra de Gigantes


Seu cabelo grande e loiro se espalhava com o vento, não tinha vícios, nem atitudes rebeldes, seu jeito moleque e desengonçado de andar estampava seus 15 ou 16 anos de idade, bermuda, all star e uma camiseta qualquer lhe faziam sentir-se normal entre seus poucos amigos, sentia se 
apenas mais um entre milhões, porém em seu íntimo ele sabia o quanto era diferente, gostos, ideais, desejos todos diferentes dos demais, mas nada tão banal, era diferente mas não havia deixado de ser um adolescente tal como os demais.
Sentia-se preso, preso ao mundo, preso a pessoas, queria tornar-se livre, expandir sua mente, mas seus pés estavam atados ao chão, era incapaz de voar, conhecer novos horizontes.
Acompanhado do velho amigo negro, seu violão, buscava tocar acordes melancólicos, suaves, de tal forma, desligava-se do mundo, esquecia de tudo e de todos, até então nunca havia amado ninguém, tão pouco tinha pressa amar, algumas experiências distintas lhe criaram novas expectativas, lhe despertaram novos sentimentos, dia pós dia apenas sentava e via a vida passar vagarosamente a sua frente, às vezes tentava acompanha-la, mas suas raízes estavam muitas bem fincadas ao chão.
Quando aos 17 anos finalmente reparou que já havia perdido tempo demais da sua vida, percebeu então que o amor existia, se viu gamado, tonto, bestificado, e ao final de tudo deslocado, magoado, decepcionado, passou dias chorando, lhe fez perguntas que jamais obteve respostas, tudo tinha sabor amargo, sentia se queimando por dentro, misto de raiva e desilusão, pensou em desistir de tudo, mas no final, reergueu-se, aparentemente muito mais forte, quis incondicionalmente sacudir a poeira do passado, e buscar a felicidade, levantou-se, mudou seu estilo de ser, vestiu se de negro, era a cor que mais lhe estampava o seu estado de espírito, e foi em busca do que lhe fazia bem, conheceu pessoas e lugares distintos, viveu situações inéditas, entregou-se aos desejos carnais, a vícios, por um momento pensou que finalmente era um ser livre, independente, mas lhe faltava algo, aliás sempre lhe faltou algo, porém antes não era tão perceptível. Recomeçou então a busca pelo que lhe faltava, em várias situações teve a impressão de que havia encontrado o que buscava, na manhã seguinte, sentia-se vazio novamente, e assim foram mais dois longos anos de busca, seus pensamentos embaraçados e ideais turvos fizeram percorrer por caminhos dolorosos, sentiu por inúmeras vezes sozinho, não temia ao mundo como antigamente, apenas se preservava, finalmente aos 19 lhe veio em mente que a vida em geral é uma busca sem fim por coisas que nos fazem sentir bem, às vezes arriscamos percorrer caminhos sem saber o que nos aguarda no final, não a guerra vencida sem que ao menos uma vida tenha tombado no campo de batalha, todos nós buscamos apenas ser completos!

(Rafael Augusto)

terça-feira, 22 de julho de 2008

Alívio...

terça-feira, 22 de julho de 2008 2

O som alto abafou o barulho...
Permaneceu mudo, inerte, com a face destorcida, meio boquiaberta.
Talvez uma boa música sirva para esquecer,
Um copo de vinho quem sabe lhe alivia a tenção,
Uma dose de uísque quem sabe para encorajar,
Sob o queixo seu toque gelado, esfriava-lhe até a alma, 
O corpo trêmulo,
Nó na garganta que não se desatava,
O coração acelerando cada vez mais, 
A sanidade ainda se faz presente no cômodo, ou será medo?
Medo de que? Estava respostas pra qualquer medíocre pergunta.
A confusão mental refletida em sua face de descontrolado,
Sei que faz frio, chove muito lá fora,
Mas sentia sua pele ardendo como brasa,
Misto de loucura e sanidade.
Mais uma dose de uísque,
O medo vai desaparecendo a cada gole, 
simplesmente dissovendo se pelo ar,
Vão restando apenas vagas lembranças,
Pequenos fragmentos em sua cabeça,
Desaparecendo lentamente.
O braço vai se tornando mais débil,
Lentamente foi pressionando o dedo
Até que que a dor se extinguiu.
Na parede respingos de vermelho,
Respingos de uma vida,
Respingos da morte.
No chão sobre a poça de sangue o corpo permaneceu mudo, inerte, 
sem dor, sem medo, sem vida!

(Rafael Augusto)

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Derrubando muros com palavras...

segunda-feira, 21 de julho de 2008 1


É incrivelmente ridícula a idéia das pessoas se sentirem superiores as outras pelo simples fato de pensarem ser “donos da verdade”, por acharem que o livre arbítrio lhe conceda o direito de julgar o certo e o errado, geralmente pessoas com medíocre capacidade de raciocino fazem um preconceito de situações que talvez não sejam coerentes ao a sua forma de pensar, e a cada vez que utilizam essa “capacidade de raciocínio”, aprofundam cada vez mais em seu abismo de falta de cultura, quem sabe, elas, com sua incrível capacidade de julgamento consigam fazer uma auto-analise, buscando em seu interior algum tipo de sentimento oculto que possa demolir o muro que ela mesma construiu entre seu ser e sua capacidade de evolução, quem sabe assim essas pessoas certinhas" descubram que dentro delas a um monstro que se chama IGNORÂNCIA!

(Rafael Augusto)

Dedicado aos "amigos" que se escondem atrás de mascaras mal feitas...